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segunda-feira, 12 de março de 2018

Contos Completos - Oscar Wilde #3

Boa noite pessoas!
Hoje vim trazer o terceiro post sobre os contos de Oscar Wilde para vocês.
Espero que gostem!



O Foguete Extraordinário

O conto se passa, em sua maior parte, na festa de casamento de um príncipe com a princesa da Finlândia. Todo o reino estava radiante.
A festa iria ser deslumbrante e, como Gran Finale, teria um show de fogos de artifício.

Antes de começar o show, os fogos conversam e expunham sua euforia. Nesse momento são apresentadas as personagens. Em alguns momentos, a interação entre elas cria um ar de humor para a história. Após rodear as personagens, o foco da narrativa acaba indo parar na personagem central dessa história, que é Foguete.

Ele é extremamente egoísta e egocêntrico. Está sempre dizendo o quão bom ele é e o quão alto ele vai voar quando for acendido.

Os outros foguetes zombam dele baixinho. Eles não ligam para as palavras de Foguete.

Em um momento em que Foguete se sente desafiado por um dos colegas, que lhe diz que ele deve se manter enxuto para que ele exploda, ele decide chorar só para mostrar que isso não irá atrapalhar sua apresentação, mas a partir daí, só desgraças passam a acontecer com ele.

Conto interessante. Não foi meu favorito mas gostei do tema que o permeia.

Temos aqui um conto que se aproxima da fábula. Wilde escreveu muitos contos assim, como eu já falei nos outros posts sobre ele. Por trás da narrativa, como é frequentemente encontrado nas histórias do autor, há uma crítica social.

O Retrato do Sr. W. H.

Um dos meus contos favoritos, com toda certeza.

Ele se desenrola tendo como plano de fundo uma tese sobre quem seria a musa inspiradora dos famosos sonetos de Shakespeare. 

A narrativa é dividida por três capítulos curtos, narrados em primeira pessoa. Até ai tudo bem, mas ele possui uma estrutura difícil de classificar: seria um ensaio ou um conto? Há esse questionamento porque possui uma mistura de ficção com uma analise um tanto quanto detalhada dos poemas de Shakespeare, o que aproxima o texto de um ensaio. Além disso, possui várias células narrativas, o que foge de uma das características principais que constitui um conto. 

A história começa com uma interessante conversa entre o narrador e Erskine. Erskine conta que tivera um amigo chamado Cyril, já falecido, que ficou fascinado pelos sonetos de Shakespeare. Ele queria provar para o mundo que quem inspirara os sonetos fora um jovem ator da companhia de teatro do famoso dramaturgo, por quem este teria se apaixonado, cujo nome seria Willie Hughes. 
O primeiro capítulo do conto se desenvolve através dos argumentos usados por Cyril para provar sua teoria. 

Conto interessantíssimo! Notei características usadas nele que me lembraram de O Retrato de Dorian Gray. Por exemplo: a forma sensível usada para descrever a aparência das personagens e a idolatria pela beleza. 
Mas aqui, a narrativa adentra na área da narrativa policial, usando a famosa técnica (Sherlock sempre me acompanhando nas minhas leituras, mesmo que inconscientemente rsrs) da dedução. 

E o interessante dessa história, é que ela foi escrita em um momento em que se queria abafar as teorias a respeito do verdadeiro inspirador dos sonetos de Shakespeare. As editoras passaram a editar os pronomes dos sonetos a fim de acabar com a discussão e é claro, acabar com os vestígios de homossexualidade por parte do autor. Então quando Oscar Wilde escreveu essa narrativa, causou um certo desconforto nas pessoas, ainda mais porque no final do conto o narrador se esquiva deixando o mistério em aberto, sem dar uma conclusão. 
Bom, em minha opinião isso foi o toque de mestre. Adoro esse dom do Oscar Wilde de acarretar polêmicas. 

Conto imensamente recomendado!

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