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segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Drácula - Bram Stoker

Resenha por: Vitória Bueno
Nota: 8,5 - 10,0
Livro: Drácula
Autor: Bram Stoker
Número de páginas: 448
Editora: Nova Fronteira



Sinopse: Bram Stoker foi magistral ao criar uma narrativa que, por meio de cartas, diários e telegramas, conta como um grupo se vê enredado na trama de um sinistro conde. Eles decidem então perseguir e destruir essa terrível criatura que encarcera e seduz suas vítimas, para depois lhes sugar o sangue. Drácula: arquétipo do mal, não há quem não conheça esse nome. Escrita há mais de cem anos, a história do vampiro mais celebre e mais aterrorizante do mundo ainda hoje ganha novas adaptações para cinema, quadrinhos, teatro e dança. O romance original do escritor irlandês inspira-se tanto na história de Vlad Tepes, sanguinário príncipe da Romênia que viveu no século XV, quanto em lendas sobre esse personagem e sobre vampiros.

Resenha: Como a maioria dos leitores que passaram pela geração Crepúsculo, eu também fui hipnotizada pelos vampiros e passei metade da minha adolescência lendo livros sobre essas criaturas fantásticas. Mas a verdade é que assim como a maioria das pessoas dessa época, eu também não tinha grandes interesses nos livros que foram os precursores dessas lendas. Eu ainda vivia no meu mundinho de livros para entretenimento, livros em que eu não precisava pensar muito para ler, sem mergulhar muito nos livros clássicos em que era preciso um pouco mais de tempo e atenção para ser lido.
Bom, hoje em dia eu continuo lendo pilhas e mais pilhas de livros de entretenimento, mas estou cada vez mais imersa nos livros que originaram tudo isso que lemos atualmente.

Então lá estava eu lendo Drácula.

O livro é todo narrado de forma epistolar, ou seja, através de cartas, diários, notícias de jornal etc, e por diversos narradores diferentes.
No início temos o ponto de vista de Jonathan Harker que viaja para Transilvânia com o intuito de tratar de um negócio com um Conde da região. O Conde Drácula quer comprar uma propriedade em Londres e o rapaz está lá para ajudá-lo. Jonathan fica então durante algumas semanas no castelo desse Conde. Mas com o passar dos dias, ele percebe que há algo estranho no castelo e mais ainda, com seu anfitrião. Harker sabe que sua vida está em risco, e o pior: o Conde o mantém confinado dentro de sua propriedade.

Essa primeira parte na minha opinião foi a melhor. O autor vai aos poucos implantando uma tensão na trama e, ao fim dessa parte, o leitor fica completamente sem fôlego (eu fiquei pelo menos kk). Achei incrível todo o suspense, na dose certa. Mas confesso que eu esperava que todo o livro fosse ser assim, e acabei me decepcionando.
Não é que o livro fique ruim depois disso, mas ele fica meio monótono.

A partir do fim dessa primeira parte, conhecemos melhor uma personagem muito citada por Jonathan: Mina Murray, sua noiva. Ela passa a narrar grandes partes da história, mas não só ela. Diversas outras personagens importantíssimas entram na história, dentre elas, Lucy Westenra.
A história por um tempo gira em torno de Lucy. Ela é uma moça muito bonita, que está apaixonada por um homem importante, que retribui seu amor, e além disso tem outros dois homens querendo levá-la ao altar! Lucy e Mina são melhores amigas e é por isso que Mina passa a narrar alguns eventos estranhos que começam a acontecer com sua amiga quando elas decidem passar algumas semanas em Whitby.

Lucy tem tido ultimamente ataques de sonambulismo e isso tem deixado Mina muito preocupada. Com o passar dos dias a moça passa a ficar muito fraca e pálida depois dos ataques. Mina não sabe o que fazer.

Bom, com o passar das semanas, todas as personagens se juntam para descobrir o que pode estar causando as recaídas de Lucy e como impedir.

A história vai passando por altos e baixos. Hora a corda da trama fica extremamente tensa, levando o leitor às alturas, hora fica extremamente bamba, deixando a história pacata.
Mas a escrita é muito boa. Não é complexa como a maioria das pessoas pensam. PS: Pessoas, parem de ter medo de ler clássicos porque pensam que é difícil! A maioria dos clássicos que li esse ano tem uma linguagem de fácil entendimento e a escrita é muitas vezes bem fluida.

Falando das personagens, preciso dizer que amei a maioria delas. Algumas conhecemos mais profundamente e isso a traz mais para perto do leitor. Outras conhecemos através dos olhos de outra personagem. Teve uma em especial que me impressionou bastante: através dos olhos do Dr Seward, o dono de um sanatório, conhecemos um paciente, e eu não sabia muito bem onde o autor queria chegar contando a história dele no início, mas sério, o desenvolvimento psicológico dessa personagem foi muito bem descrito e além disso foi muito interessante tentar descobrir o que se passava por sua cabeça complexa e o que o ligava à trama principal.
Já o Drácula não tem tanto papel quanto eu imaginava que teria nessa história. Ele é uma personagem distante, quase inalcançável. A história não fica presa na figura dele e sim no mal que ele causou a outras personagens.
Nessa história também conhecemos o mito: Van Helsing.

Por fim quero dizer que o formato do livro é muito gostoso de ler. Por se tratar de cartas e páginas de diários, os capítulos são curtos, proporcionando uma leitura ágil.
Recomendo para quem quer conhecer uma história de vampiro de verdade, sem os clichês implantados pela atualidade.

Curiosidade: Bram Stoker se casou com Florence Balcombe, cujo ex-pretendente foi Oscar Wilde!

PS. 2: Desculpem-me pela resenha gigante. Nem sei se ficou clara então me desculpem mais uma vez kk, mas é que não dava pra falar menos desse livro. Tem muitas personagens, muitas histórias secundárias etc. Sorry.

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