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quinta-feira, 12 de julho de 2018

Ascos - Anderson Mileib

Resenha por: Vitória Bueno
Nota: 10,0 - 10,0
Livro: Ascos
Autor: Anderson Mileib
Número de páginas: 86 páginas



Resenha: Bom, eu já resenhei esse livro por aqui há um tempo atrás (link Aqui!). Resenhei a edição física, mas fui convidada pelo autor a reler a obra no formato digital, que saiu há pouco tempo, e dar minhas considerações a respeito dela.

Primeiramente vou introduzir a obra pra vocês.
Muitos não conhecem, mas Ascos é uma obra de contos de horror e suspense escrita de forma magistral, com a plena intenção de causar medo, mas também a reflexão.

A história se passa em uma taverna e, no decorrer da noite, embriagados pela bebida, quatro homens resolvem contar sua extraordinária história. Os contos são divididos entre essas quatro personagens.

No primeiro conto, conhecemos Macalister, que apresenta sua história para os companheiros da taverna. Ele conta uma história de quando ainda era caixeiro viajante e, por causa de um mal tempo, fora obrigado a se hospedar em uma decadente hospedaria em um pequeno vilarejo. Logo no início ele sente algo estranho na casa, assim como na dona dela e, após investigar descobre que houve um misterioso crime naquele lugar. Sua curiosidade o impulsiona a ficar até desmembrar toda a história e o desfecho, é de arrepiar!

"A razão, meus caros, é a forma como utilizamos a inteligência para superar o medo."

Já o segundo conto apresenta Isaac. A história que ele conta aconteceu anos atrás, quando ele morava em uma pequena vila que, de uma hora para outra foi amaldiçoada por algo terrível e misterioso. Os animais começaram a morrer e o alimento a acabar. Devido a uma assembleia, ficou decidido, não sem muita hesitação, que uma comitiva de dez pessoas partiria em busca de ajuda. Dentre as pessoas que se ofereceram, estava Isaac e sua bela e amada esposa. Mas ao sair do vilarejo, acabaram presos em uma fazenda abandonada, por causa da baixa temperatura. Nesse local, eles são obrigados a repensar seus conceitos a respeito do que é humano e o que é preciso fazer para garantir sua sobrevivência. Conto amedrontador que faz jus ao nome do livro!

"- Aqui matamos todos os nossos fantasmas, e alimentamos os demônios dentro de nós mesmos. "

No terceiro conto nos é apresentado Kevin. Sua história gira em torno de sua juventude e de sua ambição por investigar a mente assassina de um psicopata.

O quarto conto é narrado por Alphonse, que apresenta uma história de quando ele era um jovem escritor de peças de teatro e, após uma não tão prestigiada apresentação, recebe uma proposta um tanto assombrosa de seu amigo Fabian, que era também a personagem principal de seu drama, com o intuito de dar mais emoção e realidade à peça, e assim, alavancar a fama dos dois.

"A arte, pura e verdadeira só é paga com sangue. A vida é o verdadeiro Teatro dos Horrores."

O último conto é na verdade, como seu próprio título diz, uma carta. Foi escrita na taverna, enquanto o remetente ouvia as histórias contadas. Ela é um ultimato, uma carta de amor, de saudade, de horror, de asco...

"Não importa quão grande seja a dor dos outros, nossas tragédias são sempre incomensuráveis."

Recomendo fortemente a leitura desse livro. Vale realmente muito a pena.
A escrita do autor é madura e muito fluida. Suas histórias são instigantes e tensas, carregadas de suspense do início ao fim, tornando impossível parar de ler até devorar a última página!
Quanto à edição, recomendo que esta seja revisada. Encontrei alguns erros de ortografia e de concordância, mas não foi nada que me atrapalhasse na leitura. Só acho que esse livro merece um tratamento um pouco mais minucioso.
Mais uma vez, dou meus parabéns ao Anderson, um grande parceiro aqui do blog, por ter criado uma história tão incrível, fazendo com que, separados, os contos sejam intensos, mas que juntos, formem uma unidade de horror deliciosa para qualquer um que aprecie o gênero.
Só leiam!

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