Nota: 10,0 -10,0
Livro: Vida e Obras de Ricardo Reis
Autor: Fernando Pessoa
Edição de: Teresa Rita Lopes
Número de páginas: 312
Editora: Global
Gente, recebi esse
livro da editora Global esse mês e confesso que não sabia bem como fazer essa
resenha. Porque é sempre difícil pra mim falar sobre poesia.
Mas eu fiquei tão
encantada com esse livro, que agora só sei falar sobre ele haha. Fernando
Pessoa sabia tocar as pessoas, e foi isso. Essa escrita me tocou.
A edição está
maravilhosa. Vale muito a pena investir nela. E porque? Porque ela possui uma
infinidade de extras que vão contextualizar o leitor a respeito da época e a
respeito da vida de Pessoa, e o que o influenciava na hora de escrever. Além
disso, vamos entender um pouco mais sobre seus heterônimos, com um foco maior
em Ricardo Reis, é claro. Sem contar que essa edição foi organizada por uma
grande pesquisadora do autor, então se você quer conhecer mais a respeito dele,
é essa edição que você precisa!
Bom, vamos lá!
“Ao menos, se for
sombra antes, lembrar-te-ás de mim depois
Sem que a minha
lembrança te arda ou te fira ou te mova,
Porque nunca
enlaçámos as mãos, nem nos beijámos
Nem fomos mais do que crianças.”
Fernando Pessoa
nasceu em 13 de junho de 1888, em Lisboa. Fora católico na infância mas, quando
mais velho, declarou guerra contra a igreja católica. Guerra esta que perdurou
toda sua vida, e é claro, é refletida em sua obra. Ele fala muitos em seus escritos,
sobre o Novo Paganismo Português, por exemplo, já que era assumidamente
politeísta.
Como todos sabem,
Pessoa alcançou sucesso mundial principalmente por causa de seus heterônimos.
Sua criatividade era tamanha que ele criava até biografias para eles, além é
claro, e o que é mais interessante, estilos e ideais próprios para cada um.
Seus heterônimos
mais marcantes foram Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos.
Hoje, vou falar
com vocês sobre Ricardo Reis.
“Mas tal como é,
gozemos o momento,
Solenes na alegria
levemente,
E aguardando a morte
Como quem a conhece.”
Reis nasceu em 19
de novembro de 1887, no Porto e formou-se em medicina. Exilou-se no Brasil por
não concordar com a Proclamação da República Portuguesa, já que era monarquista.
Fernando Pessoa
desde jovem manifestou uma grande atração pelos estudos clássicos. E a retomada
ao classissismo vai se refletir em sua poesia. Nas poesias de Ricardo Reis
vemos isso de forma bem marcada. A adoração aos deuses, o estilo refinado de
escrita e a musicalidade de seus escritos são exemplos disso. Na obra de
Alberto Caeiro também tem essa retomada, mas mais voltada para o contato com a
natureza e de forma mais simples e objetiva.
“Este, seu scasso
campo ora lavrando,
Ora, solene,
olhando-o com a vista
De quem a um filho
olha, goza incerto
A não-pensada vida.
Das fingidas
fronteiras a mudança
O arado lhe não
tolhe, nem o empece
Per que consílios
se o destino rege
Dos povos pacientes.
Pouco mais no
presente do futuro
Que as ervas que
arrancou, seguro vive
A antiga vida que
não torna, e fica,
Filhos, diversa e sua.”
Então fica a dica para vocês!!!
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