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segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Vida e Obras de Ricardo Reis - Fernando Pessoa

Resenha por: Vitória Bueno
Nota: 10,0 -10,0
Livro: Vida e Obras de Ricardo Reis
Autor: Fernando Pessoa
Edição de: Teresa Rita Lopes
Número de páginas: 312
Editora: Global




Gente, recebi esse livro da editora Global esse mês e confesso que não sabia bem como fazer essa resenha. Porque é sempre difícil pra mim falar sobre poesia.
Mas eu fiquei tão encantada com esse livro, que agora só sei falar sobre ele haha. Fernando Pessoa sabia tocar as pessoas, e foi isso. Essa escrita me tocou.
A edição está maravilhosa. Vale muito a pena investir nela. E porque? Porque ela possui uma infinidade de extras que vão contextualizar o leitor a respeito da época e a respeito da vida de Pessoa, e o que o influenciava na hora de escrever. Além disso, vamos entender um pouco mais sobre seus heterônimos, com um foco maior em Ricardo Reis, é claro. Sem contar que essa edição foi organizada por uma grande pesquisadora do autor, então se você quer conhecer mais a respeito dele, é essa edição que você precisa!
Bom, vamos lá!


“Ao menos, se for sombra antes, lembrar-te-ás de mim depois
Sem que a minha lembrança te arda ou te fira ou te mova,
Porque nunca enlaçámos as mãos, nem nos beijámos
            Nem fomos mais do que crianças.”


Fernando Pessoa nasceu em 13 de junho de 1888, em Lisboa. Fora católico na infância mas, quando mais velho, declarou guerra contra a igreja católica. Guerra esta que perdurou toda sua vida, e é claro, é refletida em sua obra. Ele fala muitos em seus escritos, sobre o Novo Paganismo Português, por exemplo, já que era assumidamente politeísta.
Como todos sabem, Pessoa alcançou sucesso mundial principalmente por causa de seus heterônimos. Sua criatividade era tamanha que ele criava até biografias para eles, além é claro, e o que é mais interessante, estilos e ideais próprios para cada um.
Seus heterônimos mais marcantes foram Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos.
Hoje, vou falar com vocês sobre Ricardo Reis.


“Mas tal como é, gozemos o momento,
Solenes na alegria levemente,
            E aguardando a morte
            Como quem a conhece.”


Reis nasceu em 19 de novembro de 1887, no Porto e formou-se em medicina. Exilou-se no Brasil por não concordar com a Proclamação da República Portuguesa, já que era monarquista.
Fernando Pessoa desde jovem manifestou uma grande atração pelos estudos clássicos. E a retomada ao classissismo vai se refletir em sua poesia. Nas poesias de Ricardo Reis vemos isso de forma bem marcada. A adoração aos deuses, o estilo refinado de escrita e a musicalidade de seus escritos são exemplos disso. Na obra de Alberto Caeiro também tem essa retomada, mas mais voltada para o contato com a natureza e de forma mais simples e objetiva.


“Este, seu scasso campo ora lavrando,
Ora, solene, olhando-o com a vista
De quem a um filho olha, goza incerto
            A não-pensada vida.
Das fingidas fronteiras a mudança
O arado lhe não tolhe, nem o empece
Per que consílios se o destino rege
            Dos povos pacientes.
Pouco mais no presente do futuro
Que as ervas que arrancou, seguro vive
A antiga vida que não torna, e fica,
            Filhos, diversa e sua.”


Então fica a dica para vocês!!!

 

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